domingo, 6 de setembro de 2020

Como a masculinidade bíblica faz falta atualmente!

De uns tempos pra cá, demonstrar masculinidade tem se tornado algo considerado vergonhoso e ofensivo, inclusive pelos próprios homens. Se na vida longe de Deus isso tem levado a um caos social, na vida perto de Deus isso tem causado sérios problemas de identidade.

Muito dos equívocos que os homens cristãos exprimem perante a igreja devem-se a uma incompreensão do papel e relevância de si mesmos, como imagem de Cristo, tanto no círculo eclesiástico como para além dos muros da comunhão do corpo de Cristo.

O comportamento do homem bíblico deveria ser pautado por responsabilidade, fidelidade a Deus e polidez social, sabendo que tais virtudes são construídas ao longo da caminhada cristã. Entretanto, o que mais se vê é egocentrismo, pedantismo e preciosismo.

A masculinidade bíblica dá lugar à infantilidade pagã, levando consigo a um estado onde quem deveria estar num processo de amadurecimento dá mostras de ser apenas um adulto mimado, exibindo comportamentos que mais giram em torno de um Acabe do que de um Josué.

A forma como nos dirigimos ao outro revela o que está conduzindo os nossos corações. Se somos guiados por desejos de grandeza ou notoriedade, é certo que dificilmente toleraremos qualquer dano cometido contra nós, mesmo que vise o nosso bem diante de Deus e do corpo de Cristo. 

A masculinidade bíblica tem sido deixada de ser perseguida por nós, homens cristãos, pois preferimos ser tratados mais com mimos e bajulações do que mandamentos e bem-aventuranças. Isso acaba deteriorando as relações e, consequentemente, deturpando o conceito do que é o verdadeiro crescimento espiritual.

Se por um lado nós entoamos cânticos à Jesus, dizemos servi-Lo e O consideramos como Salvador de nossas vidas, por outro lado, nós demonstramos que não pretendemos tomá-Lo como exemplo do que é ser um homem de verdade. Com isso, caímos no engodo de adorar a Jesus e querer ser reconhecido por ele, mas sem a necessidade de ser formado em nós a Sua imagem.

O homem cristão precisa entender que toda atitude sua perante à própria igreja, no trabalho, na família, na escola ou universidade, entre amigos, é para mostrar ao mundo qual o padrão bíblico de masculinidade requerido por Deus.

Nem sempre iremos mostrar eficazmente esse padrão, e quando isso acontecer, conquanto possamos nos desmotivar ou desanimar, que possamos ter resiliência vinda do próprio Espírito de Deus para continuarmos buscando exibir tal padrão a fim de o nosso Salvador receber a glória devida.

Frise-se que possuir masculinidade bíblica em momento algum é "querer ser mais homem" do que o irmão, o que seria interpretado como demonstração de macheza, mas sim querer possuir os aspectos de respeitabilidade, sabedoria e responsabilidade.

Tais aspectos são formados em nós à medida que reconhecemos a nossa limitação, fraqueza e dependência do Senhor. Isso não anula nossos temperamentos e personalidades, pelo contrário, estes se tornam subservientes àqueles.

Talvez o que haja em alguns homens cristãos seja menos masculinidade bíblica do que se espera, o que não os torna menos homens. Em outros, talvez haja demonstrações de virilidade mais intensas, o que também não os torna mais homens. O que se espera de alguém que busca um padrão verdadeiro de masculinidade bíblica é o meio termo entre esses dois lados.

Quando tomarmos como referência o Homem Salvador a fim de nos tornarmos homens bíblicos, então dificilmente continuaremos nos vitimizando diante das situações que não saem como desejadas, assim como não mais procuraremos ser bajulados como forma de aceitação social.

Quando a masculinidade bíblica de fato for compreendida, almejada e frutificar em nossas vidas, aí sim teremos superado o complexo de homens adultos mimados. Até lá, a síndrome de Peter Pan será algo que continuaremos a batalhar contra, conviver com e tolerar naqueles que insistem em ser tratados como meninos que pensam como meninos e agem como meninos (cf. 1Co 13.11).

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